quinta-feira, 18 de outubro de 2012




     E de repente, a vontade de transcender a matéria, me libertar de minhas mágoas e sombras, recolher todas as minhas lembranças! As que carrego como fardo, peneirar na matriz do tempo.  Ah! Como eu queria flutuar na eternidade, conjugar o verbo amar de maneira tal que este demonstre toda a paz e toda a dor do mundo traduzida na minha infinita angústia de um ser frustrado porque não ecoou na sutileza do tempo... Quão mesclados são meus sentimentos, e quão latentes! Minha voz, não a necessito. Dos olhos, uma lágrima que escorre de encontro a um sorriso como forma de agradecimento pelo mistério da vida. Sim, “eu sinto que sei que sou um tanto bem maior” e é nessa grandeza que me torno um ser eternamente pequeno, aprendiz do que é belo. A vida, expressa em convenção, me faz acreditar que vale sim arriscar, tropicar ou saltitar por experiências de construção do meu inexplicável ‘neurotismo’. Transcender a essência. Fazer da vida uma eterna poesia trovadoresca, bucólica, romântica... onde eu possa me encontrar em meus eternos desencontros e incorreções. Traduzir o amor paralelo à felicidade no simples ato complexo de viver e ser apenas humano, divino, errôneo, certeiro... icógnita.

Marcella Souza Freitas

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